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Entendo o laudo técnico

Thumbnail Laudo Bluetech

Introdução

Uma das principais atribuições do laboratório Bluetech® é a emissão de laudos técnicos para cada lote de película comercializada pela empresa. Dessa forma, o departamento oferece aos clientes e colaboradores a oportunidade de analisar cada item de forma individual e imparcial. O auditor de qualidade edita apenas 4 das 12 páginas que compõem cada laudo, disponibilizando os dados da máquina integralmente.
Apesar de ser uma vantagem significativa, esse procedimento cria um problema de interpretação e compreensão de todos os parâmetros técnicos fornecidos pelas máquinas. Este texto visa resolver essa questão ao detalhar a estrutura do laudo técnico e suas ações características, além de fornecer explicações sobre os dados e parâmetros de cada máquina. Para essa análise, será feita uma explicação seguindo a ordem das páginas do laudo.
Todos os laudos seguem uma estrutura fixa que não varia, garantindo uma boa padronização independentemente do lote ou linha do filme. Além disso, cada lote de película possui dois tipos de laudo, uma versão em português e outra exatamente igual em inglês.
Para obter mais informações sobre as máquinas mencionadas neste artigo, sugerimos ler previamente o artigo sobre o maquinário do laboratório. Sem a compreensão das máquinas, será difícil assimilar os dados fornecidos aqui.

Nome do arquivo

No canto superior esquerdo da página do Google Drive (plataforma utilizada para hospedagem e visualização do laudo), é possível encontrar o nome do arquivo. O nome de todos os laudos segue a seguinte lógica de versionamento: Língua do Laudo + Lote de Análise + Versão do Laudo. Por exemplo: Laudo-WB204212204-3.0.pdf. Analisando esse exemplo, podemos constatar que se trata de um documento em português, pois, caso fosse a versão em inglês, estaria escrito “report” ao invés de “laudo”.
A segunda parte do nome, dividida por traços (-), informa o lote ao qual o documento se refere, ou seja, alterando qual película este arquivo analisa.
Já a última informação do nome refere-se à versão do laudo. Portanto, podemos constatar se este está atualizado ou não. Para consultar qual a versão mais atual disponível, consulte o FAQ (Perguntas Frequentes) da página de laudos técnicos do site Bluetech®. Caso o laudo desejado não esteja na versão mais atual, solicite uma revisão pelo formulário “Fale Conosco” do site.

Página 1

A primeira página do laudo é sempre composta pela capa. Nela, encontramos uma série de informações cruciais sobre o laudo. Por exemplo, no cabeçalho do laudo, podemos conferir informações importantes como autores, data de elaboração, nome da película e lote.
No corpo do texto, fica claro quais são as agências reguladoras de referência e as normas dessas agências adotadas na análise do filme. Além disso, podemos verificar todas as máquinas utilizadas nos processos de aferição e que compõem o laudo.
Para conhecer melhor as normas técnicas utilizadas recomendamos a leitura dos artigos que explicam as normas técnicas e o maquinário do laboratório.

Página 2

A segunda página do laudo é composta pelo índice ou sumário, ajudando o leitor a se localizar no documento.

Página 3

A terceira página do laudo exibe a medição de haze realizada pela máquina CHN Spec TH 100. Esta máquina gera automaticamente uma tabela com cinco informações relevantes distribuídas em colunas.
Ao analisar estas colunas, observamos que o primeiro dado, “name”, refere-se ao nome da amostra, ou seja, o lote da película. A segunda coluna, “test mode”, indica a norma ASTM utilizada para o teste, que, neste caso, é a ASTM D1003.
A terceira coluna apresenta os resultados da medição de haze. Ressaltamos que cada amostra é testada seis vezes, sendo a primeira linha da tabela zerada, pois corresponde ao target ou alvo de referência inicial.
A quarta coluna demonstra o valor de transmissão de luz total, comumente conhecido como VLT. Por fim, a quinta coluna, denominada “DT”, representa a quantidade de luz rejeitada, podemos obter esse dado subtraindo a luz total recebida pelo filme (100%) menos a luz transmitida (VLT).

Página 4

A quarta página do laudo técnico, também produzida pela máquina TH 100, apresenta os mesmos dados da página anterior (página 3), porém de forma gráfica, sendo mais visual em comparação com a tabela apresentada inicialmente.

Página 5

A quinta página do laudo técnico não apresenta diferenças significativas em relação à página 3, mas se distingue por sua fonte de origem. Enquanto a página 3 é produzida pela máquina TH 100, a página 5 é gerada pela CHN Spec CS 700. Uma das principais discrepâncias entre as páginas está nas normas ASTM aplicadas. Enquanto na TH 100 utilizamos apenas a ASTM D1003, na máquina CS 700 aplicamos tanto a D1003 quanto a D1044. Além das normas, observamos uma maior variação nos valores de haze nas medições realizadas pela CS 700 em comparação com as da TH 100. Isso se deve à precisão superior da CS 700, que fornece dados mais precisos e com menos arredondamento.

Página 6

A sexta página do laudo é composta pelo primeiro de cinco gráficos fornecidos pelo maquinário. Essa figura, elaborada pela máquina CHN Spec CS 700, é chamada de gráfico de colorimetria.
Podemos definir um gráfico de colorimetria como uma representação visual das cores em um determinado sistema de cores, como o RGB (Red, Green, Blue) ou o CMYK (Cyan, Magenta, Yellow, Black). Ele é composto por uma série de cores organizadas em um plano dimensional, onde cada cor é representada por um ponto ou por uma área.
No gráfico de colorimetria, as cores são dispostas de acordo com suas propriedades cromáticas, como matiz, saturação e luminosidade. Além disso, o gráfico de colorimetria pode fornecer informações sobre a temperatura de cor, a intensidade da luz e outras características das cores representadas. Portanto, o gráfico fornecido pela CS 700 nos possibilita visualizar em qual extremidade do espectro RGB a coloração do filme está mais direcionada.

Página 7

A sétima página do laudo é composta pelo gráfico de curva espectral de luz visível, também fornecido pela máquina CS 700.
A curva espectral de luz visível é um gráfico que representa a intensidade da luz visível em função do comprimento de onda. A luz visível é a parte do espectro eletromagnético que é percebida pelo olho humano e varia aproximadamente de 380 a 780 nanômetros.
No eixo horizontal do gráfico, temos o comprimento de onda da luz visível em nanômetros, variando do violeta (380 nm) ao vermelho (780 nm). No eixo vertical, temos a intensidade da luz visível, representando a quantidade de luz em cada comprimento de onda.
A curva espectral de luz visível geralmente apresenta um pico de intensidade em torno dos 555 nm, correspondente à cor verde, porque o olho humano é mais sensível à luz verde do que às outras cores.
Além disso, a curva mostra a distribuição de intensidade da luz visível em relação a outras cores, como violeta, azul, amarelo e vermelho. Essa distribuição é importante para entender como diferentes comprimentos de onda afetam a percepção das cores pelo olho humano.
Em resumo, a curva espectral de luz visível é um gráfico que mostra a intensidade da luz visível em função do comprimento de onda, fornecendo informações sobre a distribuição de cores e intensidades percebidas pelo olho humano.

Página 8

A oitava página do laudo, fornecida pela máquina CS 700, é ilustrada pelo Diagrama de Cromaticidade.
Um diagrama de cromaticidade é uma representação gráfica essencial para compreender as propriedades das cores visíveis, sem levar em conta o brilho ou a intensidade. Geralmente exibido em um plano cartesiano, possui dois eixos principais: o horizontal, referido como eixo “x”, e o vertical, chamado de eixo “y”. Os pontos neste plano representam as cores visíveis, cada um com coordenadas específicas de cromaticidade (x, y), variando de 0 a 1, onde (0, 0) é a cor preta e (1, 1) é a cor branca.
As cores puras são representadas nos vértices do diagrama, enquanto as cores primárias (vermelho, verde e azul) e suas misturas (ciano, magenta e amarelo) são destacadas. Por exemplo, a mistura de vermelho e verde resulta em amarelo, portanto, a cor amarela é posicionada no ponto onde as coordenadas de vermelho e verde se encontram.
Outro elemento importante é a representação das curvas espectrais, que mostram como diferentes comprimentos de onda do espectro de luz visível correspondem a diferentes cores percebidas pelo olho humano.
Em suma, o diagrama de cromaticidade é uma ferramenta visual poderosa para entender e descrever as relações entre diferentes cores visíveis.

Página 9

A nona página do laudo técnico, também produzida pela máquina CS 700, aborda os mesmos dados de haze e tonalidade da página 5, porém de forma gráfica, sendo mais visual em comparação com a planilha apresentada inicialmente.

Página 10

A décima página do laudo possui algumas das informações mais relevantes sobre a película técnica, concentrando a maior parte dos dados utilizados para analisar filmes de proteção solar. Todos os dados desta página e da próxima página 11 são fornecidos pela máquina Aoptek GlasSpec 2500. A estrutura da página consiste em uma tabela com 15 dados e um gráfico da curva espectral. Desta forma, recomendamos a leitura do anexo ao final do artigo para uma análise mais aprofundada de cada parâmetro listado.

Página 11

A penúltima página, ou décima primeira página do laudo, é composta exclusivamente pelo gráfico de área confeccionado pela máquina GlasSpec 2500.
Um gráfico de área é bastante similar a um gráfico de linhas. Assim, um gráfico de linhas é uma representação gráfica (visual) de uma “variável quantitativa em função do tempo (série temporal)” (Carzola, Utsmui, Monteiro; 2024)1. Seguindo esta linha de raciocínio, verificamos que todo gráfico se trata de uma análise de um número limitado de itens quantificáveis.
O gráfico de área fornecido pelo laboratório Bluetech® informa todo o comportamento da luz ao atingir a película nas faixas de comprimento de onda de 300 a 2500 nanômetros (nm), como representado no eixo X (horizontal) do gráfico. Por sua vez, podemos visualizar pela distribuição espectral da luz no eixo Y (vertical) todo o comportamento dos espectros de luz ultravioleta, visível e infravermelho.
Analisando o eixo Y (vertical) do gráfico, podemos constatar que a luz ultravioleta é uma onda eletromagnética com frequência bastante alta, sendo dividida de forma básica em três diferentes comprimentos de onda: UVC (100 – 280 nm), UVB (280 – 320 nm), UVA (320 – 400nm) (UNICAMP; 2024)2. Desta forma, por meio do gráfico, podemos observar os espectros UVA e UVB, tendo em vista que a máquina consegue realizar a medição a partir do comprimento de onda 300 nm (UVB).

Diagrama-de-cores
Fonte: Instituto NCB3

Já a luz visível está presente entre 380 a 780 nm, sendo que cada coloração de luz possui seu comprimento de onda específico. Desta forma, podemos observar, por meio da GlasSpec 2500, todo o comprimento da luz visível.
Por fim, sabemos que a radiação infravermelha é encontrada na faixa de 780 nm a 1 mm (milímetro). Todavia, nossa máquina só nos possibilita analisar até o comprimento de 2500 nm. Isso já é mais do que suficiente para uma averiguação de qualidade e está muito acima do que os medidores comuns, distribuídos aos clientes Bluetech® e amplamente divulgados no mercado, conseguem aferir.

Gráfico Window blue 20%
Gráfico Window blue 20%

Analisando o gráfico de área e conhecendo mais sobre películas de proteção solar, sabemos que o filme pode apresentar três comportamentos em relação à luz: reflexão (azul), absorção (vermelha) e transmissão (verde).
Observando o gráfico da Window Blue 20% avaliada, podemos constatar que a mesma possui uma altíssima absorção e reflexão de ondas eletromagnéticas (raios de luz). Por conseguinte, vamos detalhar esse comportamento em uma análise combinada dos eixos X e Y.
Portanto, ao verificarmos o comprimento de onda ultravioleta (200 a 400 nm) (eixo X) e compararmos com o eixo Y, podemos ver que toda a luz ultravioleta recebida foi absorvida pela película.
Já ao analisarmos o comprimento de onda da luz visível (400 a 780 nm), podemos verificar que a película apresenta uma divisão muito mais clara de comportamento. Observando a coluna verde que se forma nesse espectro de luz, podemos avaliar pela altura da área de transmissão de luz visível (área verde do gráfico) o VLT (Visible Light Transmittance) da película que nesse exemplo seria de 20%. Nesse comprimento de onda, podemos constatar que há uma boa quantidade de reflexão de luz (área azul), especialmente se comparada com os demais comprimentos de onda. Porém, a grande informação que o gráfico nos passa nesta parte do espectro é a absorção massiva de luz (área em vermelho).
Quanto ao comprimento de onda infravermelho (780 a 2500 nm), podemos verificar uma queda significativa na distribuição espectral de luz (eixo Y), mas a película se destaca bastante pela absorção (cor vermelha) de praticamente toda a onda.

Página 12

A última página do laudo técnico Bluetech® é composta por três elementos: duas aferições no microscópio NO216T4 e a assinatura do auditor de qualidade, atestando a veracidade do documento.
As aferições no microscópio são importantes para verificarmos a distribuição de cola no filme. Tendo em vista que a película, ao ser fabricada, recebe um jateamento de cola, torna-se de grande valia avaliarmos a qualidade dessa disposição.
Para melhorar a análise, utilizamos duas lentes: a PLAN 10/0 (com maior zoom) e a PLAN 4/0.10 (com menor zoom). Desta forma, conseguimos avaliar melhor o produto e até mesmo transpassar as camadas do filme para observação laboratorial.

Conclusão

Podemos concluir, por meio deste artigo, que o laudo técnico Bluetech® é bastante robusto e de interpretação complexa, exigindo um conhecimento sólido em ótica para sua análise e compreensão adequada.
O laboratório, assim como os laudos, está em ampla expansão, sendo um compromisso do departamento e da empresa a melhoria contínua das análises e dos documentos técnicos emitidos. Desta forma, em breve, buscaremos incorporar novas normas e maquinários ao nosso acervo.
Ao longo deste texto, procuramos auxiliar os clientes e colaboradores da Bluetech®, oferecendo uma explicação ampla e sólida sobre o laudo, com o objetivo de divulgar todas as análises e propriedades técnicas que garantem a qualidade dos produtos Bluetech®.

Anexo

Linha 01: UV transmittance τuv
A transmissão UV (𝜏𝑈𝑉) é uma medida da quantidade de radiação ultravioleta (UV) que passa através de um material ou meio. É expressa como a razão entre a intensidade da radiação UV que emerge do material após passar por ele e a intensidade da radiação UV incidente sobre o material. Geralmente, é representada como um valor percentual ou em uma escala de 0 a 1.
Esta medida é importante em diversas aplicações, como na avaliação da eficácia de filtros UV, na determinação da qualidade da água em processos de tratamento e na avaliação da proteção UV de materiais utilizados em películas de controle e proteção solar, óculos de sol, entre outros. Quanto maior o valor de transmissão UV, mais radiação UV está passando pelo material, enquanto um valor menor indica maior absorção ou bloqueio da radiação UV pelo material.
 
Linha 02: Visible light transmittance 𝜏𝑣
A transmissão de luz visível (𝜏𝑣) é uma medida da quantidade de luz visível que passa através de um material ou meio. Similar à transmissão UV, é expressa como a razão entre a intensidade da luz visível que emerge do material após passar por ele e a intensidade da luz visível incidente sobre o material. Geralmente, é representada como um valor percentual ou em uma escala de 0 a 1.
Uma alta transmissão de luz visível indica que a maior parte da luz visível está passando pelo material, enquanto uma baixa transmissão indica que a luz visível está sendo bloqueada ou absorvida pelo material. A escolha da transmissão de luz visível adequada depende das necessidades específicas da aplicação, como a necessidade de iluminação natural em edifícios ou a proteção contra o brilho excessivo em óculos de sol.
 
Linha 03: Visible light reflectance ρv
A reflectância de luz visível (𝜌𝑣) é uma medida da fração da luz visível incidente sobre uma superfície que é refletida de volta para o ambiente. Essa medida é expressa como a razão entre a intensidade da luz visível refletida pela superfície e a intensidade da luz visível incidente sobre a mesma superfície. Geralmente, é representada como um valor percentual ou em uma escala de 0 a 1.
Materiais com alta reflectância de luz visível são mais brilhantes e podem contribuir para a iluminação de um ambiente, enquanto materiais com baixa reflectância absorvem mais luz visível, resultando em uma aparência mais escura.
A reflectância de luz visível pode ser influenciada por vários fatores, incluindo as propriedades ópticas do material, como cor e textura da superfície, bem como pela angulação e polarização da luz incidente. A compreensão da reflectância de luz visível é essencial para o design e seleção de materiais em uma variedade de aplicações, desde a escolha de revestimentos para edifícios até a fabricação de dispositivos ópticos.
 
Linha 04: Inside visible light reflectance ρv.i
A reflectância interna de luz visível (𝜌𝑣.𝑖) é uma medida da fração da luz visível que é refletida dentro de um material transparente ou translúcido, em vez de ser transmitida através dele. Essa medida é especialmente relevante em materiais com plásticos transparentes, vidro e outros materiais ópticos.
Quando a luz visível incide em um material transparente ou translúcido, parte dela pode ser refletida internamente dentro do material, em vez de passar através dele. Isso pode ocorrer devido a diferenças de índice de refração entre o material e o meio ao seu redor. A reflectância interna de luz visível é expressa como a razão entre a intensidade da luz visível refletida internamente e a intensidade da luz visível incidente sobre o material.
A reflectância interna de luz visível pode afetar várias propriedades e aplicações de materiais ópticos, incluindo a eficiência de dispositivos de iluminação, a transmissão de sinais ópticos em fibras ópticas e a qualidade óptica de componentes ópticos, como lentes e prismas. Em algumas aplicações, como em películas térmicas, é  desejável minimizar a reflectância interna para maximizar a transmissão de luz. Em outras aplicações, como em espelhos e guias de luz, a reflectância interna pode ser usada para direcionar e concentrar a luz dentro do material.
 
Linha 05: Solar direct transmittance 𝜏𝑒
A transmitância direta solar (𝜏𝑒) é uma medida da quantidade de radiação solar direta que passa através de um material, como plástico ou vidro, sem ser absorvida ou refletida. Essa medida é particularmente relevante em aplicações de controle solar, como películas de proteção solar, janelas e painéis solares.
Quando a luz solar incide em um material, parte dela pode ser transmitida diretamente através do material, enquanto outra parte pode ser absorvida ou refletida. A transmitância direta solar é expressa como a razão entre a intensidade da radiação solar que passa através do material e a intensidade da radiação solar incidente sobre o mesmo.
A transmitância direta solar é influenciada por vários fatores, incluindo as propriedades ópticas do material, como cor, espessura e composição, bem como a angulação e a incidência da luz solar. Materiais com alta transmitância direta solar permitem uma maior entrada de luz solar, enquanto materiais com baixa transmitância direta solar bloqueiam mais a radiação solar, ajudando a reduzir o calor e o brilho excessivo em ambientes internos. Esta medida é essencial na fabricação de películas de controle solar para otimizar a entrada de luz natural e reduzir o consumo de energia em carros e edificações.
 
Linha 06: Solar direct reflectance ρe
A reflectância direta solar (𝜌𝑒) é uma medida da fração da radiação solar direta que é refletida por uma superfície, com o filmes plásticos, vidro, metal ou qualquer outro material exposto à luz solar. Essa medida é fundamental em fabricações de películas e outras áreas onde é importante entender como diferentes materiais interagem com a radiação solar.
Quando a luz solar incide em uma superfície, parte dela é refletida de volta para o ambiente, parte é absorvida pelo material e parte é transmitida através dele. A reflectância direta solar é expressa como a razão entre a intensidade da radiação solar refletida pela superfície e a intensidade da radiação solar incidente sobre ela.
A reflectância direta solar pode ser influenciada por uma série de fatores, incluindo as propriedades ópticas do material, como cor, textura e acabamento superficial, bem como a angulação e a incidência da luz solar. Materiais com alta reflectância direta solar refletem mais a radiação solar, o que pode ajudar a reduzir o calor absorvido pela superfície e a temperatura interna de um ambiente, contribuindo para a eficiência energética. Por outro lado, materiais com baixa reflectância direta solar absorvem mais radiação solar, o que pode resultar em aumento de temperatura e maior necessidade de refrigeração em automóveis e edifícios.

Linha 07: Inside solar direct reflectance ρe.i
A reflectância direta solar interna (𝜌𝑒.𝑖) é uma medida da fração da radiação solar direta que é refletida dentro de um material ou componente, em vez de ser transmitida através dele. Essa medida é relevante em materiais transparentes ou translúcidos que são expostos à luz solar, como vidro, plásticos e outros materiais ópticos.
Quando a luz solar incide em um material transparente ou translúcido, parte dela pode ser refletida internamente pelas interfaces dentro do material, em vez de passar através dele. Isso pode ocorrer devido a diferenças de índice de refração entre o material e o meio ao seu redor. A reflectância direta solar interna é expressa como a razão entre a intensidade da radiação solar refletida internamente e a intensidade da radiação solar incidente sobre o material.
A reflectância direta solar interna pode afetar várias propriedades e aplicações de materiais ópticos, incluindo a eficiência de dispositivos de iluminação, a transmissão de sinais ópticos em fibras ópticas e a qualidade óptica de componentes ópticos, como lentes e prismas. Em algumas aplicações, pode ser desejável minimizar a reflectância direta solar interna para maximizar a transmissão de luz solar. Em outras aplicações, como em sistemas de coleta de luz solar, a reflectância direta solar interna pode ser usada para direcionar e concentrar a luz solar dentro do material.
 
Linha 08: Solar direct absorptance ae
A absorptância direta solar (𝑎𝑒) é uma medida da fração da radiação solar direta que é absorvida por uma superfície quando exposta à luz solar. Essa medida é relevante em diversas áreas, incluindo engenharia de energia solar, construção sustentável e design de materiais.
Quando a luz solar incide em uma superfície, parte dela é refletida, parte é transmitida através do material e parte é absorvida por ele. A absorptância direta solar é expressa como a razão entre a intensidade da radiação solar absorvida pela superfície e a intensidade da radiação solar incidente sobre ela.
A absorptância direta solar pode ser influenciada por vários fatores, incluindo as propriedades ópticas do material, como cor, textura e composição, bem como a angulação e a incidência da luz solar. Materiais com alta absorptância direta solar absorvem mais radiação solar, o que pode levar ao aumento da temperatura da superfície e ao aquecimento de um ambiente. Isso pode ser desejável em certas aplicações, como em coletores solares, onde a absorção da radiação solar é necessária para a conversão de energia solar em energia térmica. Em outras situações, como em carros, pode ser preferível minimizar a absorptância direta solar para reduzir o aquecimento excessivo e melhorar a eficiência energética do ar-condicionado.
 
Linha 09: Solar infrared direct transmittance 𝜏𝐼𝑅
A transmitância direta solar no infravermelho (𝜏𝐼𝑅) é uma medida da quantidade de radiação solar na faixa do infravermelho que passa através de um material sem ser absorvida ou refletida. Essa medida é particularmente relevante em aplicações de controle térmico, como películas de proteção solar e materiais de isolamento térmico.
Quando a radiação solar incide em um material, parte dela está na faixa do infravermelho. A transmitância direta solar no infravermelho é expressa como a razão entre a intensidade da radiação solar infravermelha que passa através do material e a intensidade da radiação solar infravermelha incidente.
Materiais com alta transmitância direta solar no infravermelho permitem que mais radiação infravermelha passe através deles, o que pode ser benéfico em aplicações de controle térmico, permitindo a entrada de luz solar enquanto reduz a transferência de calor. Por outro lado, materiais com baixa transmitância direta solar no infravermelho bloqueiam mais a radiação infravermelha, ajudando a manter a temperatura interna de um ambiente mais estável e reduzindo a necessidade de sistemas de refrigeração.
 
Linha 10: Solar infrared direct reflectance ρIR
A reflectância direta solar no infravermelho (𝜌𝐼𝑅) é uma medida da fração da radiação solar na faixa do infravermelho que é refletida por uma superfície quando exposta à luz solar. Esta medida é relevante em várias aplicações de controle térmico e engenharia de materiais.
Quando a radiação solar incide em uma superfície, parte dela está na faixa do infravermelho. A reflectância direta solar no infravermelho é expressa como a razão entre a intensidade da radiação solar infravermelha refletida pela superfície e a intensidade da radiação solar infravermelha incidente sobre ela.
A reflectância direta solar no infravermelho pode ser influenciada por várias propriedades do material, incluindo cor, textura, composição e acabamento superficial, bem como pela angulação e incidência da luz solar. Materiais com alta reflectância direta solar no infravermelho refletem mais a radiação infravermelha, o que pode ajudar a reduzir a absorção de calor pela superfície e a temperatura interna de um ambiente. Em contrapartida, materiais com baixa reflectância direta solar no infravermelho absorvem mais radiação infravermelha, o que pode resultar em um aumento da temperatura da superfície e uma maior necessidade de sistemas de refrigeração em certas aplicações.
 
Linha 11: Total solar energy transmittance 𝑔
A transmitância total de energia solar (𝑔) é uma medida da fração total de energia solar que passa através de um material ou sistema, incluindo todas as faixas de comprimento de onda da radiação solar (ultravioleta, visível e infravermelha). Essa medida é importante em aplicações de controle térmico e iluminação natural, bem como em projetos de aplicação de películas em vidraças e energia solar.
A transmitância total de energia solar é expressa como a razão entre a energia solar total que passa através do material ou sistema e a energia solar total incidente sobre ele. Isso inclui não apenas a luz visível, mas também a radiação ultravioleta e infravermelha.
Essa medida considera a contribuição total da energia solar que é transmitida através do material, levando em conta a absorção, reflexão e transmissão de todas as componentes da radiação solar. É crucial para avaliar o desempenho de materiais em aplicações onde a energia solar é um fator significativo, como em películas, painéis solares e sistemas de coleta de energia solar.
 
Linha 12: Shading coefficient SC
O coeficiente de sombra (SC), também conhecido como coeficiente de sombreamento solar, é uma medida que descreve a capacidade de um material ou conjunto de elementos (como películas, janelas, vidros ou sistemas de sombreamento) em reduzir a quantidade de calor transmitido para o interior de um edifício ou espaço, devido à radiação solar direta.
Ele é calculado como a razão entre o ganho de calor solar através de um material específico e o ganho de calor solar através de uma janela padrão de referência sob as mesmas condições de teste. Esse valor padrão de referência geralmente é uma janela de vidro único comum.
O coeficiente de sombreamento solar é uma medida importante para avaliar o desempenho térmico de materiais e sistemas de construção em relação ao controle de calor solar. Quanto menor o valor do coeficiente de sombreamento, menos calor solar é transmitido através do material ou sistema, resultando em um melhor desempenho térmico e maior eficiência energética.
 
Linha 13: Total solar infrared heat transmittance gIR
A transmitância total de calor solar no infravermelho (𝑔𝐼𝑅) é uma medida da fração da energia de calor solar na faixa do infravermelho que passa através de um material ou sistema. Essa medida é importante para avaliar o desempenho térmico de materiais em aplicações de controle térmico.
A transmitância total de calor solar no infravermelho é expressa como a razão entre a energia de calor solar no infravermelho que passa através do material ou sistema e a energia total de calor solar incidente sobre ele na faixa do infravermelho.
Essa medida considera a contribuição específica da energia de calor solar no infravermelho que é transmitida através do material, levando em conta a absorção, reflexão e transmissão de radiação infravermelha. É fundamental para avaliar o desempenho térmico de materiais em aplicações onde a radiação infravermelha é um fator importante no controle de calor, especialmente em climas onde o aquecimento solar é uma consideração significativa.
 
Linha 14: Visible light to total solar energy transmittance LSG 
A transmitância de energia solar visível para energia solar total, muitas vezes referida como LSG (do inglês “Light-to-Solar Gain”), é uma medida usada para avaliar o desempenho térmico de películas térmicas, vidros e janelas.
Essa medida expressa a fração da energia solar visível que passa através de um material ou sistema em relação à energia solar total incidente sobre ele. Em outras palavras, ela indica quanto da energia solar que atinge o material é na forma de luz visível, em comparação com a energia solar total que inclui todas as faixas de comprimento de onda (visível, ultravioleta e infravermelho).
O LSG é importante para entender como um material afeta o ganho de calor solar em um automóvel e residência. Materiais com um alto LSG permitem passar uma quantidade significativa de luz visível, enquanto reduzem a quantidade de calor solar transmitido. Isso é especialmente relevante para otimizar o conforto térmico e a eficiência energética em ambientes fechados, permitindo a entrada de luz natural enquanto minimiza o ganho de calor excessivo.
 
Linha 15: Thermal transmittance K(W/(m^2·K))
A transmitância térmica, representada por K e expressa em unidades de W/(m2⋅K), é uma medida da quantidade de calor que passa através de um material por unidade de área e por unidade de diferença de temperatura entre os dois lados do material. Também é conhecida como coeficiente de transmissão térmica ou coeficiente de condutividade térmica.
Essa medida é importante na avaliação do desempenho térmico de materiais de construção, isolamento térmico e estruturas em geral. Materiais com uma transmitância térmica mais baixa são mais eficazes em retardar a transferência de calor e, portanto, têm melhor desempenho térmico em aplicações onde a redução da perda ou ganho de calor é desejável, como na construção de paredes, telhados, janelas e isolamento térmico.
A transmitância térmica depende das propriedades físicas do material, como sua condutividade térmica, espessura e densidade. Quanto menor o valor de K, menor será a taxa de transferência de calor através do material e melhor será o seu desempenho térmico.

  1. CAZORLA, Irene Mauricio; UTSUMI, Miriam Cardoso; MONTEIRO, Carlos Eduardo Ferreira. Reflexões sobre as variáveis estatísticas e suas representações em gráficos. 2024. Disponível em: https://www.psiem.fe.unicamp.br/pf-psiem/livro-gt12-190-196.pdf. Acesso em: 19 abr. 2024. ↩︎
  2. UNICAMP, Laboratório de Ensino de Óptica. Luz ultra violeta. Disponível em: https://sites.ifi.unicamp.br/laboptica/luz-ultra-violeta/. Acesso em: 19 abr. 2024. ↩︎
  3. BRAGA, Newton C.. Ultravioleta e saúde – Soluções usando LEDs. 2020. Disponível em: https://www.newtoncbraga.com.br/meio-ambiente-e-saude/17489-ultravioleta-e-saude-solucoes-usando-leds-art4361.html. Acesso em: 19 abr. 2024. ↩︎

Sobre os autores

Vittor Andrade

Coordenação, texto e revisão

Vittor Andrade é antropólogo graduado pela Universidade Federal de Goiás, desenvolvedor de software pela Universidade Estadual de Goiás e auditor de qualidade na Bluetech Window Films. Atualmente, coordena o departamento de qualidade da empresa, atuando nas áreas de qualidade e desenvolvimento web.

Daniel Alves

Thumbnail e imagens personalizadas

Daniel Alves é graduado em Design gráfico pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás e atua como Designer gráfico na Bluetech Window Films.

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